sábado, 24 de março de 2018

JOSÉ JOAQUIM DE PINHO e a colonização de Moçâmedes


                                                                                          






 "Aqui jazem os restos mortaes de JOSÉ JOAQUIM DE PINHO, natural de Aveiro, e sua esposa D. Maria dos Anjos Pinho, natural da ilha de S. Miguel, falecidos, aquelle em 27 de Novembro de 1875, e esta a 1 de Maio de 1873. Seus filhos lhe mandaram erigir este mausoléu com prova de muita estima. Eterna recordação."

                                                                                                    


         
ALGUMA GENEALOGIA DE JOSÉ JOAQUIM DE PINHO
recolhida de Genea



Natural de Aveiro, Terra da Feira, c. de 1820, foi  componente da Primeira Colónia de portugueses que, chefiados" por Bernardino Freire de Figueiredo de Abreu e Castro, saídos de Pernambuco, em Maio de 1849, na barca brasileira "Tentativa Feliz", acompanhada do brigue de guerra português "Douro", que chegou a Moçâmedes a 4 de Agosto do mesmo ano, para dar inicio ao povoamento branco do distrito. 
Era filho de José Joaquim de Pinho e de Maria de Jesus Rodrigues  (in Genea=  filho de José Joaquim de Pinho e de Augusta Gomes). Casou com Maria dos Anjos Rodrigues,  natural da Ilha de São Miguel  (filha de António Rodrigues e Maria de Jesus Rodrigues, naturais dos Açores, São Miguel), falecida em Moçâmedes a 01.05.1873. 

José Joaquim de Pinho foi proprietário de terras na região, de entre elas a fazenda da Várzea da Boa Esperança.  Viria a  falecer em Moçâmedes, em 27.11.1875, encontrando-se os seus restos mortais, junto com os da sua mulher, Maria dos Anjos de Pinho (cujos pais nasceram nos Açores, S. Miguel), sepultados sob um mausoléu no cemitério local, mandado erguer pelos seus filhos.




DESCENDENTES:


José Joaquim de Pinho teve uma primeira união da qual nasceu Clara Pinho:
                                                 
1. Clara de Pinho
                                                                                     (nascida em Moçâmedes)

Clara de Pinho casou com Trindade e dessa união nasceram os seguintes filhos:
                               
1. Rita Pinho Trindade de Soares

2.  Alexandrina P. Trindade Faria
3. José de Pinho Trindade (pai de José Moreira de Pinho Trindade,  proprietário do «Jornal o Namibe», pai de Georgina Zulmira Alves Trindade, Clara Bela Alves Trindade, Roberto Alexandre Alves Trindade e Carlos Alberto Alves Trindade

4. Manuel de Pinho Trindade
5. Clara de Pinho Trindade



Do casamento de José Joaquim de Pinho e Maria dos Anjos Rodrigues nasceram :

2. Joaquim José de Pinho, nascido em Moçâmedes a 20.06.1869;

3. Perpétua de Pinho, nascida em Moçâmedes em 21.07.1871;

4. Maria da Conceição de Pinho (foto abaixo), nascida em Moçâmedes a 30.5.1872, casou com Emídio Augusto Pimentel de Figueiredo, que também se assinou Emídio Augusto  Pimentel Teixeira Simões de Sousa, ( da Casa dos Pimentel Teixeira de Maçãs de D. Maria e primo do chefe da 1ª colónia de Pernambuco,  Bernardino Freire de Figueiredo de Abreu e Castro), que vindo de Portugal, era então proprietário de fazendas em Moçâmedes; 

5. Amélia de Pinho n. em Moçâmedes, Santo Adrião, a 20.6.1869 ( irmã gémea de Manuel Joaquim), que casou com Alfredo de Oliveira Luso, ambos falecidos em Lisboa, (onde possuíam uma casa na Rotunda do Marquês de Pombal) e proprietários da Qtª. d`Além, em Torres Vedras. Este casamento encontra-se registado nas folhas 4 v. e 5 do livro de Casamentos da freguesia de Santo Adrião, conselho de Moçâmedes, relativo ao ano de 1889, com o Nº 6 :

" Aos vinte e tres dias do mês de Junho de mil oitocentos e oitenta e nove, nesta Vila e freguesia de Santo Adrião de Moçâmedes, diocese de Angola e Congo, e casas do falecido General Honorato José de Mendonça, compareceram perante mim os nubentes que sei serem os próprios, Alfredo de Oliveira Luso e D. Amélia Pinho, com todos os papéis do estilo correntes e sem impedimento algum canónico ou civil para o casamento, ele, de idade de vinte e um anos incompletos, natural da freguesia de Santo António do Recife, Província de Pernambuco, Império do Brasil, filho de Joaquim Antero de Oliveira Luso e de D. Filonila da Costa Luso e ela de idade de dezanove anos, solteira, natural desta freguesia de Moçâmedes, filha legítima de Joaquim José de Pinho e de D. Maria dos Anjos de Pinho, os quais nubentes se receberam por marido e mulher e eu os uni em matrimónio, procedendo em todo este acto segundo o Rito da Santa Madre Igreja Católica, Apostólica, Romana. Foram testemunhas presentes, que sei serem os próprios:- o comendador Manuel José Alves Bastos, sua esposa D. Amélia do Carmo Torres Bastos, António Florentino Torres , negociante, a sua esposa D.Maria Júlia de Mendonça Torres, todos residentes nesta freguesia de Santo Adrião de Moçamedes. E para constar, lavrei em duplicado este assento que, depois de ser lido, conferido e achado conforme, assino com os nubentes e tetemunhas presentes. Era ut supra. (...) Cónego Diogo Damião Rodolfo de Santa Brígida e Sousa, arcipreste".In Geneallnet

6. Manuel Joaquim de Pinho* 20.06.1869

7. Jacinto de Pinho
                            
                                                      
Do ramo Maria da Conceição de Pinho + Emídio Augusto Pimentel de Figueiredo (conf.Genea): 


 Maria da Conceição de Pinho 30.05.1872, 
Moçâmedes. Casou com Emídio Augusto Pimentel
de Figueiredo 
Emídio Augusto Pimentel
de Figueiredo, casado com Maria da Conceição de Pinho 


Descendência :  



                1. Silvina de Pinho Pimentel de Figueiredo
                 (casou com Joaquim Augusto da Costa Simões Canova* 1891)
2. Joaquim José Simões Pinho de Figueiredo
Moçâmedes, Santo Adrião, 23.19.1893+ Cascais, Parede 1976
Casou em Cascais 1918 com Ida de Almeida Ramil

3. Maria da Conceição Simões Pinho Freire de Figueiredo 
* Moçâmedes, Santo Adrião 06.07.1903. Casou com José Braz Simões c.1900

Em 1969, a Agência-Geral do Ultramar editou o n.º 8 da sua colecção «Figuras e Feitos de Além-Mar», intitulado «Bernardino Freire de Figueiredo Abreu e Castro, Fundador de Moçâmedes», do autor o Padre José Vicente, que à mesma figura já tinha dedicado alguns artigos no jornal regional «A Comarca de Arganil», de que era redactor em Lisboa. Nesse livrinho, encontra-se um recorte do «Diário de Notícias» com a notícia do óbito da escritora e publicista Maria de Figueiredo (* Mossâmedes 1906 + Lisboa 26-12-1971), cujo nome completo – D. Maria da Conceição Pinho Simões Pimentel Teixeira Freire de Figueiredo. Presume-se seja  a mesma Maria da Conceição Simões Pinho Freire de Figueiredo


 
             4. Maria Maximina de Pinho Pimentel Figueiredo
  * 1889 + 1972
       Casou com Joaquim Salgueiro Rêgo


5. Maria Rosa de Pinho Pimentel Teixeira
1896-1973
Casou com Tomás de Aquino Vaz Pereira Simeão

*

(1) Cfr pp. 480 da obra «Moçâmedes», da autoria de Manuel Júlio de Mendonça Torres, que inclui também fotografia José Joaquim de Pinho, vem publicado, em extra-texto, entre pp. 358 e 359, os seguintes dizeres: "José Joaquim de Pinho, natural de Aveiro, componente da Primeira Colónia, foi proprietário duma fazenda situada na várzea da Boa Esperança. Faleceu em 27 de Novembro de 1875. Repousa, sob gracioso mausoléu, no cemitério da cidade" (sic).

Também em extra-texto, entre pp. 326 e 327, vem publicada a fotografia de seu primo Bernardino Freire de Figueiredo Abreu e Castro, chefe da Primeira Colónia, referindo-se que se trata da reprodução de uma fotografia, no verso da qual se lêem algumas notas biográficas, de entre as quais cito as seguintes palavras: "Homem (...) pugnador incansável dos benefícios dos pobres e dos órfãos... e mais útil aos estranhos que a si próprio" (sic).


Para eventuais interessados, encontrei em GeneallNet a seguinte informação que passo a transcrever:

 "...A mãe da minha avó Maria da Conceição de Pinho, chama-se Maria dos Anjos e morreu muito cedo, de parto. O pai, José Joaquim de Pinho, era natural de Ovar , ou Ilhavo ( Nota minha:- segundo a certidão de nascimento de Maria da Conceição, n. em Moçamedes em 1872, da qual possuo uma cópia, o pai nasceu nas Terras da Feira), e também morreu novo, mas morto por um criado negro, bêbado, que lhe espetou uma faca durante um banquete (...) Tinha vindo para Moçamedes , com cerca de 20 anos, acompanhado por um seu conterrâneo, Manuel Torres. Quando morreu, os filhos e filhas ( minha avó , Maria Amélia , Perpétua e Jacinto ), ficaram a viver em casa de Manuel Torres e sua mulher , Maria Torres. Este tinha um filho António Torres (...) fim de citação. (ass. Luis Piçarra)
"...Para já, chamou-me a atenção a certidão de casamento entre os nossos tios já remotos, Alfredo de Oliveira Luso e Maria Amélia de Pinho, pois julgo que as informações que possuis, apontam para ele ter nascido em Moçâmedes. No entanto não é o que consta do assento de casamanto de que tenho uma fotcópia que passo a transcrever. A folhas 4 v. e 5 do livro de Casamentos da freguesia de Santo Adrião, conselho de Moçâmedes, relativo ao ano de 1889, com o Nº 6 :

" Aos vinte e tres dias do mês de Junho de mil oitocentos e oitenta e nove, nesta Vila e freguesia de Santo Adrião de Moçâmedes, diocese de Angola e Congo, e casas do falecido General Honorato José de Nendonça, compareceram perante mim os nubentes que sei serem os próprios, Alfredo de Oliveira Luso e D. Amélia Pinho, com todos os papéis do estilo correntes e sem impedimento algum canónico ou civil para o casamento, ele, de idade de vinte e um anos incompletos, natural da freguesia de Santo António do Recife, Província de Pernambuco, Império do Brasil, filho de Joaquim Antero de Oliveira Luso e de D. Filonila da Costa Luso e ela de idade de dezanove anos, solteira, natural desta freguesia de Moçâmedes, filha legítima de Joaquim José de Pinho e de D. Maria dos Anjos de Pinho, os quais nubentes se receberam por marido e mulher e eu os uni em matrimónio, procedendo em todo este acto segundo o Rito da Santa Madre Igreja Católica, Apostólica, Romana. Foram testemunhas presentes, que sei serem os próprios:- o comendador Manuel José Alves Bastos, sua esposa D. Amélia do Carmo Torres Bastos, António Florentino Torres , negociante, a sua esposa D.Maria Júlia de Mendonça Torres, todos residentes nesta freguesia de Santo Adrião de Moçamedes. E para constar, lavrei em duplicado este assento que, depois de ser lido, conferido e achado conforme, assino com os nubentes e tetemunhas presentes. Era ut supra. (...) Cónego Diogo Damião Rodolfo de Santa Brígida e Sousa, arcipreste" (ass Luis).
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 De GeneallNet transcrevo para aqui esta troca de correspondência que pode interessar:

 "...Caro Fernando:

Essa referência ao vosso primo Manuel Júlio de Mendonça Torres, fez-me lembrar que tinha umas notas, escrita já aqui há alguns anos , por,essa minha tia mais mais nova de qu já falei, onde se mencionava alguém de apelido Torres.

Acabei por encontrá-las, no meio da papelada e passo a transcrever a parte que pode interessar -(...) A mãe da minha avó Maria da Conceição de Pinho, chama-se Maria dos Anjos e morreu muito cedo, de parto. O pai, José Joaquim de Pinho, era natural de Ovar , ou Ilhavo ( Nota minha:- segundo a certidão de nascimento de Maria da Conceição, n. em Moçamedes em 1872, da qual possuo uma cópia, o pai nasceu nas Terras da Feira), e também morreu novo, mas morto por um criado negro, bêbado, que lhe espetou uma faca durante um banquete (...) Tinha vindo para Moçamedes , com cerca de 20 anos, acompanhado por um seu conterrâneo, Manuel Torres. Quando morreu, os filhos e filhas ( minha avó , Maria Amélia , Perpétua e Jacinto ), ficaram a viver em casa de Manuel Torres e sua mulher , Maria Torres. Este tinha um filho António Torres (...) fim de citação.

Estou convencido que este António é um António Florentino Torres, casado com Maria Júlia de Mendonça , proprietário em Moçamedes e que tem precisamente um filho Manuel de Mendonça Torres.
É curioso, que para além de eu me lembrar de os meu avô contar esse episódio da morte do seu proprio avô, Joaquim de Pinho, lembro-me que existia então ainda, guardada por baixo dumas toalhas no fundo da gaveta de um aparador da casa de Jantar da casa da Corriola , um enorme facalhão em prata, de serviço de mesa, bem afiado que tinha servido não só para matar o meu trisavô, como em seguida pra os outros empregados esquartejarem logo de seguida o autor do crime, e que eu, às escondidas ia mirar com "respeito"... Entretanto alguém lhe deu sumiço!

Mas voltando ao assunto, para além disso também me recordo de ouvir falar num tal Eng.º Torres que terá tido um papel importante na construção do caminho de ferro de Benguela e tinha sido amigo do meu bisavô Emídio Pimentel de Figueiredo.

No próximo fim de semana vou ver se tenho uma conversa com a minha tia, que já tem 75 anos e talvez me saiba explicar a ligação aos Luso.

Um abraço
Luís"
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23/05/2019
Em primeiro lugar quero agradecer as informações disponibilizadas neste blogue, relativas à José Joaquim de Pinho e aos seus descendentes. Seguidamente venho dar o meu contributo para complementar essa mesma informação. Recomendo igualmente a consulta do Geneall Plus, onde tem sido registada documentação por mim recolhida. José Joaquim de Pinho é meu quarto avô. Sou trineto de Clara Maria de Pinho, Trindade pelo casamento, com José Moreira Trindade. Sou bisneto de Alexandrina de Pinho Trindade, Faria pelo casamento com Armando José de Sousa Bettencourt Faria, nascido em Ponta Delgada, S. Miguel, Açores, no dia 16 de Novembro de 1880. Armando José com apenas um ano de idade, acompanhou os seus pais Jacinto José de Faria e Jacinta de Sousa Bettencourt, na viagem para África, a bordo do navio Açor, da Companhia Insulana de Navegação, conforme passaporte emitido em nome de seu pai, documento indispensável na época, de que possuo cópia. Meus bisavós Armando José e Alexandrina, casaram na Igreja de Santo Adrião de Moçâmedes, no dia 15 de Novembro de 1900, na véspera do noivo fazer vinte anos, tendo a noiva dezassete anos. José Moreira Trindade, pai da noiva, era à época chefe da estação de correios de Moçâmedes. Esta informação foi recolhida de uma fotocópia autenticada pela paróquia de Santo Adrião de Moçâmedes, relativa ao registo de casamento, que tenho em minha posse. Do convívio com a minha tia bisavó, Rita de Pinho Trindade, Soares pelo casamento, que enviuvou cedo, não teve descendência e faleceu em Benguela em 1963, com 82 anos, seu pai, o meu trisavô José Moreira Trindade, acrescentou Porto ao nome, para se distinguir de um seu contemporâneo com o mesmo nome que possuía problemas com a justiça, facto que lhe causou incómodos, por ser confundido com o seu homónimo. José Moreira Trindade (Porto) suicidou-se com um tiro de pistola, meses após a implantação da república. Sendo partidário dos ideais monárquicos, teve alguns dissabores após a instauração do novo regime, o que contribuiu para ter posto fim à vida. Sei que era natural do norte de Portugal (Porto?) e gostaria de desenvolver a sua ascendência, mas não possuo informação suficiente. Uma das formas de a obter seria através do registo de nascimento/batismo da bisavó Alexandrina, nascida em 1883 em Moçâmedes, mas não tenho meios de obter esse documento. Termino com um apelo: Caso alguém que leia este texto possua um contacto em Moçâmedes, através do qual seja possível aceder a este documento, agradeço que me contacte via e-mail para ”fariapires@sapo.pt” Termino como comecei, agradecendo toda a colaboração. VFP



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Ainda sobre esta familia e colaterais muitos elementos poderão ser colhidos  AQUI   Aqui  AQUI



Moçâmedes/Genealogias
Pesquisa e composição do texto de MariaNJardim

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