Colocado como chefe da repartição de Angola da Secretaria de Estado dos Negócios da Marinha e Ultramar de Outubro de 1842 até Junho de 1851, Luz Soreano deixou escrito sobre a sua contribuição para a colonização de Moçâmedes em "Revelações da Minha vida e Memórias de alguns Factos e Homens meus". Eis alguns:
...Reconhecendo que as nossas provincias d'Africa nada mais tem sido  desde a sua descoberta até ao nosso tempo do que um simples viveiro de  escravatura para a América, e feitorias commerciaes, de não grande  monta para a Europa, busquei, tanto quanto em mim cabia, vêr se á  provincia de Angola dava uma mais subida importancia do quo aquella, que  até então tivera. 
...É sabido que o clima d'Africa é bastante damnoso aos  europeus, e tanto mais, quanto mais se aproximam da equinocial. Dizia-se  que no interior do paiz alguns pontos havia, proprios para colonisação  europêa, o que na pratica se não verificou, pelo malogro de algumas  tentativas desta especie, provindo isto, tanto da falta das  indispensaveis cautelas no transporte dos colonos, como da insalubridade  de taes pontos, como aconteceu com o presidio do duque de Bragança,  como acontece com o Bembe, e como acontece com o Ambriz. 
...Revendo o  cartorio da antiga secretaria do ultramar, onde toda a correspondencia  de Angola õ posterior ao meado do seculo passado, vi que o clima de  Cabinda, ao norte do rio Zaire, ponto .onde se começara a levantar um  forte, por auxilio de uma expedição, que para alli sahira de Loanda aos  17 de julho de 1783, estava effectivamente incluido na regra geral da  insalubridade para os europeus, apesar da fama, que tivera em contrario,  attenta a grande mortalidade, que alli soffreu a força expedicionaria.  Vi mais que a politica de alguns gabinetes estrangeiros, e  particularmente o inglez, nos contestava fazer por aquella parte  effectiva a nossa auctoridade, como o demonstrou a expedição naval, que a  França empregou contra a nossa expedição de Cabinda, onde em 1784 fez  demolir o forte, que alli começámos a levantar. 
...A este estado de  insolita e inesperada hostilidade, seguiram-se as nossas reclamações,  das quaes resultou a convenção de Madrid de 30 de janeiro de 1786, pela  qual a França declarou respeitar os direitos, que a coroa deste reino  pertendia ter áquella parte da costa africana. Todavia a Inglaterra tem  sido para nós mais severa sobre este ponto do que a propria França, a  Inglaterra, que pelos tratados de 19 de fevereiro de 1810 e 22 de  janeiro de 1815, e convenção addicional de 28 de julho de 1817,  reconheceu formalmente a reserva dos direitos da coroa de Portugal aos  territorios da Africa Occidental, comprehendidos entro o quinto gráu e  doze minutos, e o oitavo gráu de latitude meridional. Era ella a unica  potencia, que com frivolos pretextos nos tem ultimamente embaraçado  fazer effectiva a jurisdicção portugueza nos citados territorios. 
...Conseguintemente intendendo que, tanto por esta causa, como pela  insalubridade do clima dos territorios ao norte de Loanda, as nossas  tentativas coloniaes haviam de ser sempre infructuosas, ou mal  succedidas, dediquei desde então toda a minha attenção aos territorios  ao sul de Benguella, não só porque alli ninguem nos contestava o nosso  dominio, mas sobre tudo por ver que, estando já bastante distantes do  equador aquelles territorjos, era de suppor que o seu clima fosse já  mais analogo ao do Cabo de Boa Esperança, e por tanto ao da Europa.  Reputei eu tanto mais urgente a occupação destes territorios, quanto que  em França algum viajante instava com o seu governo para os mandar  invadir. 
...No quarto volume, documento n.° 13, da viagem que Mr. João  Baptista Douville fez a Angola em 1827, vê-se apparecer alli bem  descripto o porto e o sertão de Mossamedes. Mais se vê ter elle  fortemente despertado a attenção do governo francez por meio de uma  memoria, dirigida ao ministro das colonias, sobre aquelle porto,  rogando-o encarecidamente para que nelle mandasse levantar um presidio  para degradados. Douville dizia haver alli agua doce, serem risonhas as  margens do rio, que o avisinham, serem pacificos os povos dos sertões  limitrophes, e finalmente ter observado que a temperatura das costas  pelas duas horas da tarde de um dia de dezembro de 1827 era de 23 a 24  gráus de Reaumur, achando igualmente que a 10 leguas da costa sobre um  monte elevado, a temperatura era de 19 gráos, no mesmo momento em que o  thermometro marcava 22 sobre a costa. A leitura de tudo isto  convenceu-me cada vez mais da urgencia de se segurar a todo o custo o  porto e o sertão de Mossamedes, antes que o governo francez annuisse ás  instancias de Douville, e nos expellissem do sul de Angola pelo mesmo  modo por que nos tinham expellido do norte.
...Com a leitura da viagem deste francez coincidiu igualmente achar eu no archivo da secretaria do ultramar um officio do barão de Mossamedes, que depois foi conde da Lapa, descrevendo a importante exploração, que em 1785 mandára fazer aos sertões do sul de Benguella. A respectiva expedição sahira de Loanda aos 12 de junho d'aquelle anno, e posteriormente de Benguella, dirigindo-se á chamada Angra do Negro, á qual desde então se poz o nome de Mossamedes por obsequiosa memoria de quem ordenára a expedição. Tanto a descripção desta bahia, como a da grande serra e valle do Bumbo, que d'ella dista tres dias de viagem, segundo as ultimas participações, e 28 leguas (é distancia excessiva) segundo o cumputo do chefe da expedição, o famoso sertanejo d'aquelle tempo, Gregorio José Mendes, são de attrahir a attenção do mais impassivel leitor, circumstancia que em mim se deu no mais alto gráu.
...Com a leitura da viagem deste francez coincidiu igualmente achar eu no archivo da secretaria do ultramar um officio do barão de Mossamedes, que depois foi conde da Lapa, descrevendo a importante exploração, que em 1785 mandára fazer aos sertões do sul de Benguella. A respectiva expedição sahira de Loanda aos 12 de junho d'aquelle anno, e posteriormente de Benguella, dirigindo-se á chamada Angra do Negro, á qual desde então se poz o nome de Mossamedes por obsequiosa memoria de quem ordenára a expedição. Tanto a descripção desta bahia, como a da grande serra e valle do Bumbo, que d'ella dista tres dias de viagem, segundo as ultimas participações, e 28 leguas (é distancia excessiva) segundo o cumputo do chefe da expedição, o famoso sertanejo d'aquelle tempo, Gregorio José Mendes, são de attrahir a attenção do mais impassivel leitor, circumstancia que em mim se deu no mais alto gráu.
... Apesar dos esforços do conde da Lapa, a bahia de Mossamedes continuou a  permanecer no total esquecimento do nosso governo, para d'elle sahir no  nosso tempo. Para aquelle porto se emprehendeu uma outra expedição em  1839, ordenada pelo vice-almirante, Antonio Manuel de Noronha, que para  ella commissionou a corveta Izabel Maria, do commando do meu fallecido  amigo, Pedro Alexandrino da Cunha, que então era capilão-tenente da  armada. A corveta foi até á vasta Bahia dos Tigres, d'onde voltou para o  norte, por se não verem n'aquellas costas, quer olhando para o interior  do paiz, quer para o sul, senão vastos campos de areia solta, sem terem  um só vegetal, vindo finalmente ao porto de Mossamedes, cujo aspecto e  vantagens foram muito elogiados pelo commandante deste vaso O. Ao  vice-almirante Noronha succedeu-lhe, como governador de Angola, Matiuel  Eleuterio Malheiros, que em fe ver eiro de 1840 mandou levantar um forte  em Mossamedes, dando-lhe por governador o tenente de artilheria de  Benguella, João Francisco Garcia Moreira, que para lá partiu com 26  praças de pret, e duas peças de artilheria. Entretanto o forte quasi que  não passava dos alicerces, quando alli tocou em fms de setembro de 1842  o governador geral d'aquella provincia, José Xavier Bressane Leite,  successor de Malheiros. As noticias officiaes de Mossamedes, que a  instancias minhas se pediram a Bressane, e ao seu successor, Lourenço  Germak Possollo, e as repetidas ordens, que pelas minhas rogativas para  alli expediram os ministros da marinha com quem servi, para se dar  importancia áquelle*porto, cada vez me convenceram mais de que elle não  só era salubre, mas que até tinha todos os elementos de se  constituir n'um importante  ponto commercial, com relação aos sertões,  que o avisinbam, apesar de  estar cercado de areias, como é todo o  littoral de Angola. Todos estes  sertões se apresentaram aos officiaes  de marinha, que os visitaram, com  os mais lisongeiros auspicios para o  estabelecimento de colonias  europeas, particularmente a liuilla,  Gambos, e Humpata, a mais de 30 ou  40 leguas de Mossamedes,  todos situados  além da notavel serra de Chella, cujos  territorios tem logaresmuito  ferteis, e de excellente clima. De todos  estes sertões o da Huilla foi o  que por si teve melhores informações,  considerandose como um paiz muito  apto para o estabelecimento de  caudelarias, em razão das vastissimas  pastagens, que tem, onde os  indigenas pastoream numerosas manadas de  gado vaccum.
...Attentas pois todas estas vantagens, não admira,  que  me deixasse preoccupar por todas as descripções, que me chegaram á  mão,  e incessantemente instasse com todos os ministros da marinha e   ultramar para que não deixassem ficar em abandono um porto, que tanto se   recommendava para uma colonisação europea. Com a falta de recursos,  que  para tal lim se dava, coincidiu tambem o esmorecimento de alguns   especuladores, por não terem correspondido ás suas vistas os interesses   das feitorias commerciaes, que lá tinham mandado estabelecer. Bem longe   disto me desvanecer das ideas, que concebi em favor de Mossamedes, cada vez mais me convenci da   necessidade da sua colonisação, pela firme persuasão de que a rivalidade   de Benguella era uma das poderosas causas do malogro de similhantes   feitorias. Mas quando os interesses commerciaes, e os da projectada   colonisação não correspondessem ainda assim á minha espectativa,   intendia que mesmo neste caso era indispensavel assegurar Mossamedes, pela urgente necessidade que   tinhamos de assegurar todo o littoral, que vae desde a enseada de Moeni-Calanga,   assente em doze gráus e cinco minutos de latitude sul, e que de   facto se considerava então como o ultimo limite á beira-mar do districto   de Benguella, até á bahia de Mossamedes, assente   em quinze gráus e dez minutos. Com a occupação defmitiva de mais estes   tres gráus, ou 54 leguas de costa, mais outra vantagem tinhamos, tal  era  a de assegurar igualmente no interior do paiz os sertões   correspondentes a esta occupação do liltoral, e  tanto mais, quanto qtiiytK nosso presidio de  Quilengues se achava quasi  abandonado pela viva guerra, que então os  negros lhe faziam. Além do  que fica exposto, linha, e ainda  presentemente tenho a crença de que  dentro de um seculo ou seculo e  meio, aquelles nossos sertões terão de  ser demarcados com relação aos  dominios dos Boêrs, ou as possessões  inglezas da colonia do Cabo da Boa  Esperança, c tratar de obviar desde  já futuras contestações, assegurando  de facto o que de direito nos  pertence, aconselhava-o a prudencia, e  exigia-o a politica. Por  conseguinte, encarada por qualquer modo que  fosse esta questão, era  para mim manifesta a necessidade de tornar cada  vez mais forte a  occupação da bahia de Mossamedes,  necessidade  reclamada por todas as considerações, que sobre este  objecto se podiam  fazer.
...Obvias  eram portanto as razões, que me levavam a  cuidar com lodo o empenho na  segurança d'aquella bahia, e tão obvias e  patentes, que todos os  ministros, com quem disto tratei, as julgaram  sempre attendiveis, e  effeclivamente as attenderam, tanto quanto estava  ao seu alcance, não  emprehendendo coisa mais séria pela inteira falta de  meios pecuniarios,  que o orçamento geral do estado lhes não facultava.  D'uma grande somma  de escravos, apresados a bordo do brigue brasileiro Caçador,  ordenou-se  em 4 do agosto de 18í4 que cincoenta casaes marchassem  como libertos  para Mossamedes, a fim  d'alli se  empregarem nos trabalhos da agricultura. Mais se ordenou em 22   d'aquelle mez que em Mossamedes se   organisasse uma companhia de linha debaixo do mesmo plano, que a dos   mais presidios da provincia, devendo entrar nella não sómente os   brancos, mas lambem os homens de cor. Para este fim auctorisou-se o   respectivo governador geral a nomear para ella os officiae?, que   precizasse. Em conformidade com estas medidas foi para Mossamedes alguma artilheria, e outros mais   objectos, necessarios para se guarnecer o respectivo forte, pondo-o em   estado de fazer respeitar o porto, quer por mar, quer por terra.   Finalmente d'uma grande porção de degradados, que a charrua Princeza   Real conduziu para Angola em setembro de 1845, ordenouse que   quarenta desembarcassem em Mossamedes para   fazerem parte da respectiva companhia de linha, devendo o commandante   da charrua deixar alli com elles a maior porção de mantimentos,
que  lhe fosse'possivel. 
...Sei muito bem que o porto  de Mossamedes é  geralmente cercado de areas e alturas agrestes, como  todas as costas  d'aquellas paragens, e por conseguinte destituido de  grandes porções de  terreno vegetal. Sabia igualmente que, no tempo a que  me refiro, o  commercio do sertão limitrophe ainda para elle não estava  encarreirado,  de que resultára o facto, já citado, de haverem alguns  especuladores  mandado retirar algumas feitorias, que lá tinham  estabelecido. Alguns  officiaes de marinha houve, que fortemente  murmuraram da presistencia  do governo em querer dar importancia a um  ponto, que, segundo elles, a  não podia ter por aquellas circumstancias.  Eu mesmo, entrando  casualmente n'uma casa de pasto, ouvi estarem-se  fazendo ao governo por  aquelle motivo censuras um pouco asperas e  desabridas; mas pela minha  parte nenhum peso lhes dei, não só pelas  razões, que já acima expuz,  mas tambem pela convicção, que tinha, de que  o tempo havia de atenuar  no todo, ou em parte o que dizia respeito aos  inconvenientes allegados,  como actualmente vae acontecendo, não perdendo  da lembrança de que  area.es são igualmente os territorios de Loanda, e  além disso sem agua  potavel, o que não acontece a Mossamedes, e  nem por isso deixa de ser aquella  cidade a mais importante povoação da  Africa Occidental. Os cuidados,  quo prestei á segurança do novo porto,  não me embaraçaram de attender á  dos seus sertões limitrophes,  convencido que o dominio das costas é  sempre ephemero, em quanto se não  asseguram os seus respectivos sertões.  Com estas vistas de assegurar o  littoral e interior de Mossamedes se  mandaram embaixadores aos regulos  do Bumbo e da Huilla para se  presentearem, e se levarem a prestar  vassalagem á coroa portugueza,  como praticaram, assentando-se com elles  pazes, confirmadas pelos  competentes tratados. Para garantir o dominio  da Huilla, talvez o mais  importante dos sertões de Mossamedes, como  já disse, para lá se mandou ir  a gente de que foi possivel dispor, e  que ao principio consistiu em um  sargento com quatro paisanos com uma  mulher e seis casaes de libertos.  Mesquinho era similhante presidio;  mas em fim já era um nucleo para  maiores empresas de colonisação,  quando no futuro se quizessem levar a  effeito. Os trabalhos a que me  entreguei para a segurança e colonisação  de Mossamedes,  não se reduziram sómente aos do  um simples official de secretaria do ultramar,  chefe de repartição; mas  até a tomar tambem sobre mim os de escriptor  publico. Nas vistas pois  de provocar alguma emigração para Mossamedes confeccionei  uma memoria,  descriptiva deste porto, das suas vantagens para a  navegação e  commercio, da salubridade do seu clima, o melhor de toda a  provincia de  Angola, e fmalmente das vantagens e fertilidade dos  sertões lemitrophes.  Esta memoria acha-se impressa no n.° 3 da 6.a  serie dos Annaes Maritimos c Cotoniacs do  anno de 1846.
...Sem embargo do que fica  exposto confesso que  da minha parte havia ainda bastante falta de  confiança na proficuidade  dos esforços, empregados para a segurança e  colonisação de Mossamedes, por que em fim  desanimado o  commercio de tirar d'alli as vantagens, que dos mais  pontos da  provincia tirava, o progresso da colonisação havia de ser  sempre  ephemero. Uma circumstancia imprevista veio porém fortificar e   engrandecer aquelles meus esforços. Os partidos politicos, que em   differentes pontos do Brasil se debatem, e particularmente em   Pernambuco, tornam-se geralmente oppressores dos portuguezes ali i   residentes, aos quaes os brasileiros perseguem por toda a forma ao seu   alcance. Offendidos e desgostosos por aquella causa muitos dos nossos   concidadãos, que se achavam em Pernambuco, lembraram-se de ir fundar na   nossa Africa uma colonia agricola, e neste sentido officiou um delles  ao  nosso governo na data de 13 de julho de 1848, communicando-lhc  aquella  resolução, e pedindo se lhe enviassem as memorias, relatorios,  ou  quaesquer escriptos, que no ministerio do ultramar houvessem,   descrevendo os pontos, que na nossa Africa se olhavam como adequados   para aquelle fim. Entre os documentos collegidos, e mandados para   Pernambuco, foi lambem a minha memoria, e por ella é que se guiaram os   que se resolveram a ir fundar na nossa Africa a sua projectada colonia. O   governo nomeou uma commissão em Pernambuco para tratar dos aprestos,   adequados ao embarque dos colonos, auctorisando-a a sacar pelas   respectivas despesas, e remettendo-lhe além disso ordens da commissão   liquidataria das companhias do Grã-Pará e Maranhão, Pernambuco e   Parahiba, para pelo seu respectivo cofre se fazerem os precisos   adiantamentos. Para occorrer a"s despesas de todos estes arranjos, o governo fez tambem uma proposta ás  cortes, da qual resultou a  carta de lei de 3 de julho de 1849, pela  qual foi auctorisado a  despender até á quantia de dezoito contos de  réis com a colonia de Mossamedes. A bordo  da galera brasileira, Tentativa  Feliz, comboiada pelo brigue de  guerra Douro, sairam  fmalmente de Pernambuco em 23 de maio do  mesmo anno 1849 coisa de 300  colonos de ambos os sexos, chegando todos  ao logar do seu destino no dia  4 de agosto. Para governador daquelle  ponto fora nomeado um official de  marinha de muito bom nome, reputação e  intelligencia, tal como o  capitão de fragata, Antonio Sergio de Sousa,  ao qual se deram umas  instrucções, por mim feitas e elaboradas, as  quaes, verdadeiramente  fallando, nada mais são do que uma segunda  memoria, complementar da  primeira, sobre o modo de realisar a  colonisação de Mossamedes. Alguns  engenhos de assucar,  comprados por conta do governo, acompanharam esta  primeira expedição  colonial, á qual se seguiu depois uma segunda, que  de Pernambuco saiu no  dia 13 de outubro de 1850 a bordo da barca Bracharense,  igualmente  comboiada pelo dito brigue Douro, chegando a Mossamedes no dia 26 de novembro. As despesas   desta segunda expedição não as costeou o governo, mas sairam do  producto  de uma subscripção, tirada por entre os cidadãos portuguezes,   residentes em Pernambuco.
...Por infelicidade dn  colonia do Mossamedes muitos individuos  acompanharam  estas duas expedições, sendo inteiramente inuteis para uma  empresa  destas, d'onde resultou que, chegados ao seu destino,  immediatamente  abandonaram a colonia, infundindo assim um grande  desalento pelas  murmurações e queixas, que imprudentemente levantaram,  algumas vezes  com razão, outras sem ella. Além destas, outras  contrariedades  experimentou a colonisação de Mossamedes,  sendo  a de maior vulto a guerra, que por uma mal intendida  rivalidade lhe  levantaram os commerciantes de Loanda c de Benguella. A  estes males se  vieram depois reunir uma espantosa esterilidade,  resultado da fnlta de  chuvas e innundações do rio Bero, o mau sustento  que o estado fornecia*  aos colonos, a mortalidade que por estas causas  os perseguiu, a  ignorancia dos tempos de semear, e finalmente a falta de  sementes. A  natural consequencia do tudo isto foi o desalento de quasi  todos os colonos, c o imminente  risco de se perderem  todos os esforços e despesas, que para tão  importante fim se tinham  feito. Felizmente o tempo e a presistencia de  alguns dos referidos  colonos por tal modo venceu estas contrariedades,  que hoje já nenhum  receio me infunde a colonisação de Mossamedes, cujo  progresso tem sido bastante  sensivel nestes ultimos annos. A  agricultura tem alli tido um  successivo augmeuto, particularmente depois  que a pratica tem feito  conhecer, que as especulações commerciaes nem  sempre são tão solidas e  proficuas, quanto o amanho das terras. Quatro  engenhos de assucar se  acham presente"mente montados no districto de Mossamedes,  um na povoação deste nome, que o  decreto de 26 de março e a  carta regia de 7 de maio de 1855 elevaram á  cathegoria de villa; outro  no Bumbo, onde ha o melhor estabelecimento  agricola da colonia, com  relação á cultura da canna sacarina e da  mandioca ; outro na Equimina,  assentando-se o quarto no sitio da Boa  Vista, em local onde ha bastante  canna, com a outra vantagem de  offerecer bons commodos aos lavradores.  Além da cultura da canna, os  colonos de Mossamedes  tambem se tem  entregado á cultura do algodão, cuja plantação  não tem lido maior  desenvolvimento em razão das más colheitas, que  houveram ultimamente,  não pagando o trabalho do agricultor. Os generos  necessarios ao sustento  dos colonos não só chega já para alli se  manterem, mas até mesmo para  exportação, em vista das remessas, que  d'alli se tem feito para Loanda, e  do que já se vende aos navios  balieiros americanos, que em numero  consideravel frequentam aquclle  porto, para receberem refrescos de  vegetaes e gado, do qual tambem  ultimamente se tem feito alguma  exportação para a ilha de Santa Helena.  O facto é que em quanto em quasi  toda a parte da provincia de Angola  se fez consideravelmente sentir a  falta de subsistencias nos annos de  1856, 1857, e 1858, no districto de Mossamedes não  só houve para as necessidades  dos seus moradores, mas até alguma coisa  se exportou dos generos  alimenticios. Com tudo isto ha coincidido o  desenvolvimento do fabrico  do azeite de peixe, pelas muitas feitorias  de pesca, que lá se tem  estabelecido, o accrescimo das construcções  urbanas, e o incessante  pedido de terrenos para mais casas.
Segundo a memoria, lançada nos annaes do municipio  de  Mossamedes,  com relação ao anno de 1857, vê-se que a  mortalidade fora nulla nos  ultimos colonos, idos para aquelle ponto,  quando n'outro tempo regulava  na razão de 20 por cento. Nos mesmos  annaes, com relação ao anno  anterior de 1856, se lia já o seguinte,  debaixo do ponto de vista de  salubridade: « O clima de Mossame«des é  hoje um paraiso, em comparação  do que ainda era no « anno de 1850; é  seguramente o melhor de toda a  Africa, é su«perior ao de todo o Brasil,  superior ao de muitos logares  de « Portugal, e igual ao melhor e mais  temperado deste ultimo paiz.»  Todo o territorio da circumferencia da  villa é agreste e montanhoso,  como já disse, sendo apenas susceptivel de  cultura nas margens de  alguns rios. No Bumbo, distante a E N.E. tres  dias de viagem de Mossamedes, já se  encontra uma vegetação muito  desenvolvida,, tendo arvores e matas não  somenos ás do Brasil, com  bellas madeiras, tanto em qualidade, como em  dimensões. O paiz do Bumbo  consiste n'um extensissimo valle, que a E.,  ou nascente, tem a serra  de Chella, assaz elevada, correndo do norte ao  sul. A escabrosidade  desta serra a torna de difficil subida, tendo para o  conseguir de se  passar pela beira de muitos precipicios. Galgada a  serra, encontra-se o  sobado da Umpata, cujo terreno é fertilissimo, e  abundante de aguas,  com bellissimas campinas, onde os respectivos pretos  cultivam milho,  massamballa, massango, batata ingleza, e outros  legumes, havendo aqui e  no Bumbo bastante gado vaccum, e ovelhum. A duas  ou tres legoas de  distancia da Umpata, c na direcção de E., está o  sobado da Huilla, paiz  que igualmente tem ferteis terrenos, sendo  cortado por muitas ribeiras  e rios, cujas margens tem bellas pastagens,  onde os indigenas  pastoream bastantes manadas de gado vaccum. Ao sul da  Huilla fica o  sobado do Jau, cujos terrenos, apesar de mais extensos,  são todavia de  vegetação menos luxurienta, que os da Umpata e Huilla.  Outros sobados  se seguem ainda, como Mucuma, Hay e Cambos, sendo este um  dos maiores  em população. A E. dos Cambos encontramse as povoações de  Mulondo,  Camba e Humbe, na margem d'aquem do Cunene, que por estas  terras corre  n'uma curva, para ir desaguar no Oceano, pela bahia dos  Tigres. O mais  extenso e povoado dos sertões, além do Cunene, é o  Coanhama, onde  poucos brancos tem ido em procura do marfim, que alli se  diz abundante.  A E SE.
do  Coanhama fica a terra do Donga, d'onde em  distancia de 4 a 5 dias de  viagem para o S. se encontram as grandes  minas de cobre, que abastecem  todos os sertões limitrophes. Deste metal,  que os indigenas fundem,  formam elles um vergalhão de um quarto de  pollegada de grossura, com  cinco palmos de comprido, de que fazem  bracelletes para as mulheres, e  que enrolado nos braços, a começar do  pulso, vae em espiral até ao  cotovello.
Por  esta rapida  descripção do littoral e sertões do districto de Mossamedes  poderá-o leitor ajuisar do  importante serviço, que fiz ao paiz,  em provocar, tanto como empregado,  como escriptor publico, a colonisação  de um ponto com que assegurei á  coroa portugueza tão vastos e ferteis  territorios. A este impulso, que  provoquei, quanto em mina coube, se tem  posteriormente seguido as  proficuas medidas, que se tem ultimamente  ordenado para aquelle ponto.  Considerando a Huilla, em vista das  informações, que d'alli lhe tem  vindo, como o mais adequado ponto para  nelle se fundar uma colonia  agricola, para alli se mandaram, a bordo do  brigue Sado, vinte e  nove colonos allemães, que, por arribada do  navio, que do Baltico os  conduzia para a America, tinham entrado no  Tejo. Chegados a Mossamedes, de lá  partiram para a Huilla, cujo  terreno lhes agradou summamente, vendo-o  tão cortado de ribeiras, e  riachos, um dos quaes passa pela frente, e  outro pela retaguarda do  local das suas respectivas habitações.  Escolhida uma varzea fertil, e  pouco distante da respectiva fortaleza,  deu-se começo á povoação desta  nova colonia, procedendo-se ao  alinhamento e demarcação das ruas no dia  19 de julho de 1858. O nome  de Vista Alegre foi o destinado  para esta nova e esperançosa  povoação. Pelas recentes noticias, que o  governador de Mossamedes dirigiu ao  ministerio da marinha e  ultramar, datado da Huilla aos 15 de julho do  mesmo anno 1858, soube-se  que n'aquelle ponto se achava elle residindo  para regular os negocios da  colonia portugueza o allemã. Entre as  obras, a cuja construcção  procedéra para beneficio d'ella, figuravam : l.°  um moinho de  agua paia cereaes; 2.° uma olaria para fabricar  tijolo e telha; 3.° uma  fabrica de cortumes, propriedade particular;  4.° finalmente uma machina  movida por agua para serrar madeira. O mesmo  governador affirmava que as  colheitas do trigo se podiam alli obter  tres em cada anno, em março, maio, e dezembro,  semeando-se em janeiro, março, e  outubro, c que todos os productos da  Europa alli se podiam aclimatar C).  Quanto ao estado sanitario dos  colonos não podia ser melhor, prova  evidente da benignidade do clima.  Do Rio de Janeiro linham ido para Mossamedes, a  bordo do patacho Paquete do  Loanda, dezeseis passageiros,  alguns d'elles abastados, nas vistas  de se estabelecerem no interior do  districto, dedicando-sc á  agricultura. Pelos ditos passageiros  constava que da mesma cidade do Rio  de Janeiro outros mais individuos  sabiriam em breve com aquellas mesmas  vistas. Para maior segurança dos  territorios de Mossamedes  mandou-se  estabelecer um pequeno forte i.m Porto Pinda, ao sul  de Cabo Negro, e  na sua proximidade. Por decreto de 15 de julho de 1857  se organisou a  força militar da provincia de Angola, devendo ter em Mossamedes o seu respectivo quartel o batalhão   de caçadores n.° 3, creado segundo o referido decreto. A primeira   companhia deste batalhão sahiu directamente do Lisboa para Mossamedes no 1.° dia de outubro de 1858 a   bordo da nau Vasco da Gama. indo na força de 104 homens,   incluindo os seus respectivos officiaes, 50 mulheres, e 44 menores. Toda   esta força foi destinada a constituir a colonia militar da Iluilla, em   conformidade com as portarias, expedidas pelo ministerio do ultramar  em  26 de dezembro de 1857. Levava esta colonia comsigo tres contos de  réis  em dinheiro para as primeiras despesas da sua sustentação, o seu   competente armamento, 21 peças de artilheria, polvora em proporção, e   mais petrechos ile guerra, importando os objectos militares em 7:262£287   réis, o os não militares em 1:7630337 réis. Já antes da sabida desta   força outra tinha partido em 4 de maio de 1858 a bordo do brigue Forttmato   com destino á guarnição de Mossamedes. Compunha-se   esta ultima força de 80 praças ao todo, não fallando em 400  degradados,  nas mulheres e filhos de muitos destes, que tambem foram  para Angola na  mesma nau Vasco da. Gama. Todas estas  providencias devem  constituir Mossamedes a  segunda povoaçao (I) Sem embargo de todas estas vantagens, os  colonos allemães, desavindose cuiu o governador de  Mossamedes, allegado falta de  cumprimento nas  promessas, que se lhes fizera, abandonaram a colonia,  subindo alli  para a America em 1839, perdendo o governo as  consideráveis despesas,  que com elles tinha feito". Era má gente, c  impropria para esta  colonisação  de Angola, e pude ser que dentro em poucos  annos seja a primeira,  segundo as lisongeiras noticias, que d'alli tem  vindo depois da chegada  de todos estes reforços. 
...A estatistica d'aquelle ponto em 1857 era a seguinte: fogos na villa de Mossamedes, Aguada, Boavista, Cavalleiros c Macalla, 91. Predios na villa C8, sendo 34 de pedra, M de adobe, e 23 de pau a pique. As cubalas de palha eram 6. Em construcção estavam 4 predios de pedra, c 14 de adobe. Os predios da Aguada eram 16 de todo o genero, na Boavista 33, nos Casados 5, e nos Cavalleiros e Macalla 3. A população livre era de 275 individuos, sendo 132 brancos maiores e menores do sexo masculino, 81 ditos do sexo femenino, sendo o resto composto de pardos e pretos. Os libertos eram 99, o a população escrava montava a 837 individuos, vindo assim o total de todas as classes e sexos a elevar-se a 1:211 pessoas, só na villa de Mossamedes. Á vista pois do exposto concluo que se me não cabe a exclusiva gloria desta esperançosa colonisação em totalidade, cabe-me seguramente em grande parte, sendo eu o que mais que ninguem me empenhei em achar nos vastos dominios de Angola algum sertão, que pelo seu clima, e fertilidade se prestasse ao estabelecimento de colonias agricolas, que com o andar do tempo nos supprissem a falta, que nos fez a separação do Brasil, dando animação, e vida ao nosso frouxo e decadente commercio. Se preenchi ou não as vistas a que me propuz, o tempo é quem o ha de dizer, e sendo pela affirmativa, como julgo que será, tenho para mim que paguei bem à minha patria, não só as despesas, que fizera com a minha educação, mas até o ordenado com que me tem retribuido o meu trabalho como official ordinario da secretaria da marinha e ultramar. Talvez que depois de morto me venham então as honras posthumas, quando já para nada me servem, nem ao menos para me desvanecer com ellas.
...Posto que não tão importante como o precedente, um   outro serviço prestei ao meu paiz, na firme crença de ter sahido fora   das minhas obrigações ordinarias de empregado secundario no ministerio   em que tenho servido. Um navio estrangeiro foi abandonado pelo seu   capitão n'uma das nossas provincias d'Africa, por duvidas que teve em se   submetter aos regulamentos flscaes, lavrando deste abandono um termo,   que lhe serviu de titulo para reclamar de Purtugal o pagamento de perdas e   damnos, e o de lucros cessantes, com o de tudo o mais, que julgou a bem   dos seus interesses, allegando de injustas e parciaes as exigencias,  que  as auctoridades da respectiva alfandega lhe fizeram. Dentro em  pouco  tempo dirigiu ao nosso governo a competente reclamação o ministro  da  nação a que o navio pertencia, tendo eu de responder á energica e  altiva  nota, que para este fim o referido ministro formulára, e na qual  se  continham expressões e argumentos de um desafogo, proprio de quem  tem  por si a força. Vendo eu que se a informação pedida pelo ministerio  dos  negocios estrangeiros ao da marinha se limitasse somente a dar os   simples esclarecimentos, que se exigiam, de certo que pagariamos a   importancia da reclamação em questão, entreguei-me de todo o coração e   zelo pelo bem do paiz, não a ministrar apenas aquelles esclarecimentos,   roas a redigir de facto uma verdadeira nota, que servisse de resposta á   do minislro reclamante, nota que elaborei com muito trabalho e esforço   da minha intelligencia, expondo fortes e energicos argumentos, para  que  me foi necessario consultar a nossa legislação fiscal, e ir por  mais de  uma vez pessoalmente á alfandega grande de Lisboa, para alli me  informar  das praticas analogas ao caso acontecido em Africa. Pelo  officio, que  elaborei sobre este ponto, se pode bem ver, ou no  ministerio da marinha,  ou no dos estrangeiros, o patriotico zelo com  que então me conduzi.  Verdade é que o ministro reclamante redarguiu á  resposta, que se lhe  dera, por meio d'uma segunda nota, tanto ou mais  forte do que a  primeira, de que resultou pedirem-se com ella novas  informações, ou  antes pedir-se a replica a esta segunda nota ao  ministerio da marinha. E  posto que já se tivessem dado todos quantos  esclarecimentos se podiam  dar, quando a questão se reduzisse somente a  esclarecimentos, enchi-me  de novos brios para rebater as razões de um  estrangeiro orgulhoso e  insolente, o que fiz com não menos zélo e  dedicação pela causa publica  com que da primeira vez o fizera. Os  argumentos de que me servi, e os  trabalhos a que de novo me enUeguei  constam do respectivo officio,  enviado pelo ministerio da marinha ao  dos negocios estrangeiros, officio  que até hoje ficou sem resposta da  parte do ministro a quem se dirigiu,  )le que resultou evitar eu por  este modo ao thesouro portugucz  o pagamento de uma avultada somma, que talvez  pagasse, se não fora o  meu allegado zelo e dedicação pela causa publica.  Muito maior gloria me  coube a mim na sustentação desta questão, do que a  que retirou o nosso  governo em 1858 na do celebre apresamento da barca  franceza Charles  et Georges, que sendo evidentemente negreira, e  encontrada com  todas as provas disso, infringindo as leis do paiz na  bahia da  Conducia, em Moçambique, o gabinete francez, appcllando  vergonhosa e  indignamente do campo da razão e da legalidade para os  argumentos da  força e allegações de um despotismo insolente, não se  pejou de enviar  duas naus suas ao Téjo, com a intimação, que nos mandou  fazer, de se  lhe entregar a referida barca dentro de quarenta e oito  horas, como  effectivamente aconteceu em 23 de outubro de 1858. Não se  limitou  sómente a esta entrega o jugo, que a França nos impoz por tal  motivo,  porque além delia, tivemos tambem de lhe pagar a enorme somma de   62:828$100 réis, como indemnisação da captura em questão, sendo ella   todavia mais justa do que a materia, que eu tive de defender no caso   acima citado. Não digo que a correspondencia do nosso governo sobre a   entrega da barca Charles et Georges fosse mal conduzida, mas o   facto é que delia não se lirou o resultado da que me passou pelas mãos   doze ou treze annos antes, sendo a consequencia disso supportar a nação   portugueza um vexame, que tanto deu que fallar em toda a Europa, e   tamanho desaire nos acarretou, vexame e desaire de que eu a livrei, alóm   do pagamento da respectiva somma, mettido em questões de peor aspecto,   que a da citada barca. Eis-aqui pois mais outra prova da minha   affirmativa de ter pago ao estado as despesas, que fez com a minha   educação, e o ordenado com que me retribuiu o trabalho do meu emprego de   official da secretaria da marinha, donde resulta ter igualmente pago á   patria o nascimento, que a sorte me deparou no gremio da nação   portugueza. Deste modo desempenhei pois as funcções do meu antigo logar   de chefe da repartição de Angola, que exerci desde novembro de 1842 até   junho de 1851, em que dellc fui demiltido, pela razão e modo por que  se  vae vêr.
(i) Os que quizerem ver o interessante relatorio desta viagem, consultem os Ensaios Statisticcs de Lopes Lima no volume 3.°, parte de Benguella, png. i i e seguintes, ou o n.° i- dos Annaes Maritimos o Coloniaes de 1845.
..... In: A colonizacao de Mossamedes, Angola, em Revelacões da minha vida e memorias de alguns factos e homens meus ... Por Simão José da Luz Soriano
