Na foto: José Lúcio Travassos Valdez . Primeiro, Barão (1835), e desde (1838), Primeiro Conde do Bonfim. 
A deportação e o degredo foram nos séculos XIX  e XX uma poderosa arma ao serviço dos regimes políticos. Em todo o  mundo foi evidente a utilização desta forma de migração forçada como  meio para impedir a acção dos opositores políticos. A prática não é  recente sendo uma constante do processo histórico desde a Grécia e a  Roma antiga, e poderá ser assinalada a partir de 1797 com a ida dos  opositores da Revolução Francesa para a Guiana, prática que os franceses  mantiveram a partir de 1852 com as chamadas ilhas presídio, como foi o  caso das ilhas do Diabo, Caiena, e de Saint-Laurent-du-Maroni.  Estevepois ligado aos colonialismos. 
Em Portugal a conjuntura  politica oitocentista post revolução liberal provocou migrações forçadas  por força de perseguições políticas para as ilhas da Madeira, Açores,  Cabo Verde e Angola, que serviram de espaços de deportação de alguns  políticos e militares menos gratos aos diversos regimes políticos ou  grupos com controlo do poder. 
Após a independência do Brasil,  em 1822, Angola tornou-se o principal destino para os condenados pelas  leis lusitanas, tendo chegado a receber centenas deles anualmente. O  periodo das mudanças porque passou todo o continente africano nos finais  do século XIX, foi marcado pelo aumento da presença europeia e a  conversão económica a partir da abolição do tráfico de escravos. Em  1864, os degredados somavam praticamente um terço da população de  Angola.
Os degredados não foram  passivos, eles actuaram no território angolano, na politica imperial  portuguesa e na História de Angola. Foram usados -grupo marginal- no  contxeto de transformação, com o impulso crescente colonial. Foram  importante sinstrumentos como povoadores e tomaram parte no processo de  de embate e diálogo cultural, intensificado na segunda metade do século  XIX.
Para milhares de degredados a  segunda metade do seculo XIX, Angola foi um lugar de castigo. As  sentensas que lhes orientavam para quela região baseavam-se na tese de  que não havia pena mais severa do que forçar a moradia nos espaços  conflituosos e incertos da nova «joia da corôa» apos a independencia do  Brasil. 
No dia 6  de Maio de 1847, a Angra do Negro,  em seguida denominado Mossâmedes, teve a honra de receber um degredado muito especial. Era o conde do  Bonfim, José Lúcio Travassos Valdez,  que na batalha  de Torres Vedras em 22 de Dezembro de 1846, no decurso do governo de Costa Cabral, fora feito prisioneiro e  enviado, com outros deportados políticos, no brigue "Audaz" para Luanda,  onde chegara, a 25 de Março. Chegado alí, o conde de Bonfim foi impedido de desembarcar, ante o receio de uma revolta, tendo sido metido a bordo da corveta  "Relâmpago", com os seus dois filhos, rumo a  Mossâmedes, onde a temida revolta acabaria por ter lugar, a seu favor e da Junta  do Porto. Face ao acontecido, mais uma vez  o conde do  Bonfim, José Lúcio Travassos Valdez teve que partir, então para a Ilha de Santa Helena tendo a escuna  em que viajava sido abordada à saída da baía por um brigue de guerra  inglês que a conduziu a  Luanda, onde o conde e seus filhos foram apresentandos ao governador. Para mais pormenores, seguem dois textos sobre o assunto, o primeiro retirado de Wikipédia, o segundo, do digilivro "O Conde do Bomfim: noticia dos seus principaes feitos":
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José Lúcio Travassos Valdez (Elvas, 23 de Fevereiro de 1787 — Lisboa, 10 de Julho de 1862), primeiro barão (1835) e desde 1838 primeiro conde do Bonfim, foi um estadista e político português no tempo da monarquia
Em sua juventude, o futuro conde  do Bonfim estudou  Direito na Universidade de Coimbra e participou a  partir de 1808 da revolta portuguesa contra a ocupação napoleónica da  sua terra. Ele serviu como voluntário sob o comando de Gomes Freire de  Andrade e participou das batalhas da Roliça (17 de Agosto de 1808) e de  Vimeiro (21 de  Agosto de 1808) contra os franceses.  
Até ao fim da  Guerra Peninsular  entrou em muitas batalhas, dando sempre provas de  grande energia e  coragem. Mesmo depois da expulsão dos franceses,  Bonfim permaneceu no Exército português. Em Junho de 1821 foi promovido a  coronel  e em 1823, quando em Trás-os-Montes se deu o levante  absolutista, promovida pelo conde de Amarante, foi nomeado comandante da  divisão ligeira, perseguiu os revoltosos, e entrou na Espanha chegando  até Astorga, León e Gradefes. 
Voltando para Portugal foi dirigir uma  coluna de operações na Beira, sendo escolhido para marchar à frente das  forças destinadas a opor-se à insurreição de Vilafrancada liderada pelo  infante D. Miguel  nos últimos dias de Maio de 1823. Tendo D. João IV   aderido ao movimento iniciado por seu filho, foi dissolvida a coluna do  coronel Valdez, e este intimado a residir em Mora, de onde conseguiu,  com o auxílio de alguns dos seus amigos e antigos companheiros de armas,  ser transferido para Setúbal. Só depois de promulgada a Carta  Constitucional de 1826, sendo ministro da guerra o general Saldanha, é  que ao coronel Valdez se deu novamente o comando de um regimento.  Mandado com o seu regimento e outras forças combater o movimento  absolutista que aparecera em Bragança, e tendo sido obrigado pelos  revoltosos, depois de duro combate, a recolher-se ao castelo da vila,  viu-se forçado a capitular no dia 26 de Novembro de 1826, e foi  conduzido para Miranda e depois para Moncorvo. Sabendo que existia ali um  depósito de armas, tratou com os seus companheiros de se apoderar delas  e tentar cruzar o rio Douro a fim de juntar-se às tropas fieis à Carta,  sendo porém acossado pelas  numerosas guerrilhas que então infestavam a  província deTrás-os-Montes teve de atravessar a fronteira, e as  autoridades espanholas  o mandaram para Salamanca e depois para  Valladolid. Passado alguns dias retornou ele a Portugal, chegando a  Lisboa pediu um conselho de guerra para se justificar da capitulação de   Bragança, e sendo-lhe a sentença não só favorável mas até honrosa,   Valdez foi pouco depois nomeado, em 7 de Abril  de 1827, governador e  capitão-general da Madeira e Porto Santo. Dedicou-se então aos  melhoramentos materiais e agrícolas daquelas ilhas,  e nestes trabalhos  ficou sabendo dos motins ocorridos em Lisboa e dos  projetos do infante  D. Miguel, de se apoderar da regência do reino,  declarando-se rei  absoluto. Valdez havia fundado um jornal,    "A flôr do Oceano", e no  dia 22 de Junho publicou um manifesto  protestando contra aqueles  projetos, cuidando imediatamente de se  prevenir para a defesa da ilha,  se acaso D. Miguel a mandasse atacar  pela sua esquadra, e comunicou o  ocorrido ao duque de Bragança, aos ministros de Portugal e Brasil, em  Londres, bem como ao embaixador desta última potência em Viena de  Austria.   Pouco depois destes acontecimentos chegou à Madeira o novo   capitão-general nomeado por D. Miguel, mas não tendo podido desembarcar   regressou a Lisboa. Ao mesmo tempo saíram deste porto uma corveta e  dois navios  de guerra para bloquearem a ilha, e por fim o  capitão-general Valdez recebeu no dia 16 de Agosto  de 1828 uma  intimação para se render ao comandante de uma esquadra, composta de uma  nau, duas fragatas, duas corvetas, dois brigues e duas charruas. Valdez  não desanimou, apesar de ver a grande força dos inimigos, tendo estes,  porém, conseguido apoderar-se do porto de Machico  reconheceu a  impossibilidade da resistência, e entrou em acordo com o  vice-almirante  por intermédio do cônsul inglês residente na ilha. Partiu  então para  Inglaterra com sua mulher e filhos, e ali esteve lutando com inúmeras  dificuldades, chegando a passar privações, até 1832,  em que partiu para  a ilha Terceira no arquipélado dos Açores, e apenas desembarcou em  Angra do Heroismo,  foi-lhe dado o comando da 1.ª companhia do batalhão  sagrado, batalhão  só composto de oficiais, e com ele fez a guarda  avançada do exército  libertador quando marchou do Mindelo para o Porto  (Desembarque do Mindelo) ; mas depois, foi mandado pelo imperador para o  quartel general do duque da Terceira, para que este o informasse dos  movimentos do inimigo, sendo em 21 de Julho de 1832, escolhido para  ajudante general. Em 6 de Agosto seguinte foi promovido a  brigadeiro,  continuando como ajudante do duque da Terceira, até que e D. Pedro IV  assumiu o comando-em-chefe, passando nessa ocasião Travassos Valdez a   servir de chefe do estado-maior. Quando o imperador saiu do Porto ficou   ali o brigadeiro Valdez como chefe do estado-maior de Saldanha, e no  combate de 18 de Agosto de 1833  comandou a ala esquerda, e a 20 de  Agosto seguiu para a capital com o regimento de infantaria a bordo da  fragata "D. Maria II". Tomou parte na defesa das linhas de Lisboa,  ficando gravemente ferido no ataque de 5 de Setembro  o que o obrigou a  afastar-se do serviço por muito tempo; acompanhando  porém já D. Pedro  para Santarém nos princípios de 1834, e regressando  depois com ele a  Lisboa, quando em seguida a batalha de Asseiceira se formaram dois  exércitos de operações sob o comando dos generais duque da Terceira e  Saldanha.
Quando da morte de D.  Pedro IV e a dissolução do  estado-maior imperial, o brigadeiro Valdez  ficou  desempregado até que eclodiu a revolução de 9 de Setembro de  1836,   em que se proclamou uma nova constituição. No dia 16 do referido  mês  foi nomeado membro do Supremo Conselho de Justiça Militar. Em  outubro  teve o comando do exétciro do sul , que se formou para evitar a  invasão dos cartistas e em 14 de Dezembro  seguinte foi nomeado  comandante da 7.ª divisão militar, continuando naquela comissão. Eleito  deputado no congresso constituinte de 1837  pelo distrito de Leiria,  quando surgiu a tentativa cartista da Ponte da Barca, foi Travassos  Valdez, já, então agraciado com o título de Barão do Bonfim,   encarregado do comando em chefe das forças do sul do reino, recebendo   plenos poderes sobre todas as autoridades civis e militares. Apaziguado o  Alentejo, o Barão do Bonfim juntou-se a Sá da Bandeira, e em 28 de  Agosto de 1837  deu aos marechais a ação do Chão da Feira, seguindo  depois para Almeida   e para o Douro para conversar com o conde de Antas  que voltava da  Espanha e logo a seguir terminava a revolta cartista  ganhando a ação de  Ruivães. 
Regressando à capital, foi nomeado ministro da marinha e  interino da guerra em 9 de Novembro de 1837 , conservando-se no  ministério até 9 de Março de 1838, voltando a encarregar-se da pasta da  guerra desde 20 de Abril até 18 de Abril de 1839 . Foi deputado nas  legislaturas de 1839 e de 1840, sendo eleito por vários círculos do  continente do reino, e em 1839 pelo de Goa. Em 26 de Novembro de 1840    entrou novamente no ministério, com o encargo da presidência do   gabinete e as pastas da guerra, e interino da marinha e estrangeiros.   Apresentou então às câmaras importantes e notáveis relatórios, tomou   medidas enérgicas quando em fins de 1840 estiveram para se romper as   boas relações de Portugal com a Espanha, dirigiu as negociações para o   reconhecimento do governo português pela Santa Sé e pelos Países Baixos,  fundou o presídio que depois se transformou na vila de Moçâmedes, e  finalmente em 9 de Julho de 1841, querendo sustentar a instituição dos  batalhões nacionais e encontrando resistência, pediu a exoneração em 9  de Junho de 1841, sendo substituído pelo ministério presidido por  Joaquim António de Aguiar.
Em 1842 combateu sempre na  câmara alta o governo de Costa Cabral,  depois marquês de Tomar, até que  decidida a revolta pela oposição,  partiu para o Alentejo. O conde do  Bonfim, título com que fora agraciado  em 1838, pôs-se à frente do  movimento iniciado pelo regimento de  cavalaria em Torres Novas no dia 4  de Fevereiro de 1844, e com esse corpo, infantaria  e caçadores marchou  sobre a Guarda. Malogradas ainda outras combinações, seguiu para  Almeida e ali sustentou o cerco, emigrando depois para Espanha, França e  Inglaterra. Voltou a Lisboa em 9 de Junho de 1846, vindo da Inglaterra a  bordo do vapor "Mindelo", sendo em 29 de Junho  nomeado comandante da  guarda nacional, e em 22 de Agosto, comandante da 1.ª divisão militar,  lugar de que foi exonerado em consequência do golpe de Estado de 6 de  Outubro. Partindo para Évora foi pela junta, formada nessa cidade,  nomeado comandante em chefe das  forças do sul e logo depois presidente  da mesma junta. Na batalha de Torres Vedras em 22 de Dezembro de 1846   foi prisioneiro, sendo conduzido a Lisboa, de onde passou a bordo de  diferentes navios do Estado, e por último para o brigue "Audaz", que  saiu da barra em 2 de Fevereiro de 1847 com destino a Angola.
Chegando  a Luanda em 25 de Março, os presos políticos foram levados para  diversas prisões,  mas o conde do Bonfim e dois filhos que o  acompanhavam, Luís e José,  ficaram a bordo da corveta "Relâmpago".  Receando-se alguma revolta, a  corveta levantou âncora e seguiu para  Moçâmedes, onde chegou em 6 de Maio.  No dia 20 deste mês começou em  Moçamedes uma revolução a favor da Junta  do Porto, o conde saiu no dia  seguinte, com os dois filhos, para Santa Helena,  a bordo de uma velha  escuna, que foi abordada por um brigue de guerra  inglês que nessa  ocasião entrava no porto de Moçâmedes, levando-a para  Luanda,  apresentando ao governador o conde do Bonfim e seus filhos.  Desse modo,  o conde foi novamente encarcerado na corveta "Relâmpago",  seu filho  Luís em outro navio, e José mandado para Benguela, ficando nesta  situação até 23 de Agosto, data em que chegou a Luanda a fragata  "Terrible", que em consequência da convenção que pusera termo à guerra  civil, trouxe os deportados para Portugal, onde chegaram em 9 de  Outubro. Depois de ter estado em comissão até Dezembro de 1852, foi  nomeado membro do conselho de justiça militar, cargo que desempenhou até  falecer.
In Wikipédia
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Do Livro: "O Conde do Bomfim: noticia dos seus principaes feitos"
Feita  a capitulação foi o conde do Bomfim conduzido  prezo para Belem, com os  seus officiaes, chegando alli na tarde de 25  de dezembro e foram  mandados embarcar a bordo da fragata Diana, donde foram transferidos para a fragata Rainha, onde   foram conservados debaixo de grande vigilancia e rigor em consequencia   das ordens do governo, a ponto tal que só era permittido fallarem as   pessoas de suas familias quando para isso obtinham licença especial do   governo, que eram obrigadas a apresentar ao commandante fallando aos   prisioneiros só na presença de um empregado do governo civil.—Que   vergonha, e que horror fazer-se isto ao conde do Bomfim, que foi sempre,   como o narrámos, generoso e egual para com todos os partidos, propondo   amnistias á Rainha, e dando empregos e honras aos seus proprios  inimigos  e vencidos!
Mas, como se isto  ainda não fosse bastante, o conde  do Bomfim e seus dons filhos mais  velhos, o general Celestino Soares, o  conde de Villa Real, D. Fernando,  o coronel Forman, o patriota Jaime (commandante do batalhão de Vizeii), o   tenente coronel Alves (hoje marechal de campo reformado), e mais vinte  e  tantos bravos officiaes, foram mandados inopinadamente durante a  noite  de 27 de janeiro de 1847 passar para bordo do brigue de guerra « Audaz, »  sem se lhes dizer qual era o (im desta transferencia, e conservados   assim no maior aperto, sem se lhes proporcionarem quaesquer   comímodidades, e para não estarem sujeitos só á ração do porão apenas se   lhes permittia que recebessem a comida que as suas familias e amigos   lhes mandavam de terra.
Neste  estado de incerteza do seu destino havendo-se  espalhado que iam para  Angola, o nobre marquez do Fayal (hoje duque de  Palmella), filho do  illustre e generoso duque do mesmo titulo, herdeiro  das suas virtudes,  foi elle mesmo a bordo certificar-se do que  precisavam aquellas  illustres victimas do patriotismo, e logo que obteve  a indispensavel  licença, mandou-lhes para bordo um rico e abundante  rancho, appropriado  a pessoas da classe da sociedade a que pertenciam,  para que não fossem  só sujeitos ás rações de bordo, embora houvesse toda  a idéa (como  depois se verificou), que o benefico e generoso  capitão tenente  Victorino Rodovalho, e depois o capitão tenente Antonio  Sergio de Sousa  (hoje ajudande de ordens do senhor infante D. Luiz), que  commandaram o  brigue Audaz, e os seus offlciaes fariam quanto estivesse  ao seu  alcance para mitigar a sorte e soffrimentos d'aquelles que  contra todas  as leis, sem sentença, e contra todos os uzos, eram assim  degradados  para tão mortifero clima, apesar de haverem capitulado com as  honras da  guerra, saindo o navio para Angola no dia 2 de fevereiro de  1847.
Chegaram a Loanda em 25 de março, e foram   successivamente mandados para prisões em terra todos os companheiros do   conde do Bomfim, excepto elle que foi mudado para a corveta Relampago, e seu filho segundo o capitão (hoje major) Luiz Travassos Valdez, tão conhecido pelos seus interessantes Almanachs, e   outros importantes escriptos; sendo mandado o seu filho primogenito o   major José Bento Travassos Valdez (hoje conde do Bomfim, José), com o   major (hoje coronel e commandante militar da Ilha da Madeira), José Herculano Ferreira de Horta para a mortifera cidade de Benguella.
Depois  disto havendo-se excitado  extraordinariamente os animos na tropa e  habitantes de Loanda a favor  dos prezos politicos, a ponto de se recear  que houvesse uma revolta para  os libertar, tal era a opinião publica  em toda a parte a favor do conde  do Bomfim e da causa que elle  defendia, foi a corveta Relampago mandada  sair repentinamente, e  passando por Benguella tomou a seu bordo o filho  primogenito do conde  do Bomfim, desembarcando-os e ao filho segundo em Mossamedes no   dia 6 de maio; — mas infelizmente para os que os opprimiam tão   injustamente, esqueceram que a opinião publica, a que queriam fugir, era   a mesma em toda a parte—ainda mesmo n'aquellas areias Africanas—e o  que  é mais, inconsideradamente não reflectiram ao menos, que nem todos são ingratos neste mundo l e cahiram em deportar o conde do Bomfim e seus dous filhos mais velhos justamente para Mossamedes, cuja povoação via nelle o seu fundador, como dissémos que o foi, quando ministro da marinha e ultramar em julho de 1840.
Com effeito no dia 20 de maio de 1847, como era de suppor teve logar uma revolução em Mossamedes a   favor do conde do Bomfim e da Junta do Porto, cujo governo foi   immediatamente proclamado; mas, como a força que alli existia fosse mui   diminuta para resistir à qualquer ataque dos navios do cruzeiro   portuguez naquelles mares, e todos desejassem vir ajudar em Portugal a   causa que defendiam, trataram desde logo de se aprovisionar, preparar e   embarcar em uma velha escuna de guerra de que tinham tomado posse  apenas  haviam feito a revolução, na intenção de partirem no dia  seguinte para a  ilha de Santa Helena, apesar do mau estado da  embarcação e do grande  risco de serem encontrados pelos navios do  cruzeiro portuguez. Mas, entrando nesse dia na bahia de Mossamedes o brigue de guerra inglez Flying Fisli, coramandado pelo capitão Dike, aconteceu, que, contra toda a expectativa este official apresou no dia 2i a escuna de guerra Conselho, em   que o conde do Bomfim e seus companheiros estavam já a fazer-se de   véla, o que era tanto mais inexperado que ainda na vespera o capitão Dike, perguntando-se-lhe   se te-' ria duvida em receber a bordo alguns dos c'ompromettidos, ou   emfim lhes dar alguem da sua guarnição para dirigir a navegação da   escuna portugueza até á ilha de Santa Helena, visto que os officiaes da   escuna não abraçaram a revolução a favor da Junta do Porto; mostrou-se   disposto ao pedido que se lhe fez. Sendo certo que é do direito das   gentes, ou uso e costume, não se negar os soccorros indispensaveis para a   navegação e salvação das vidas quando quaesquer navios, que se   encontram, os requerem, o que sabemos o conde do Bomfim fez ver ao   capitão Dike, e que as esquadras britannicas não interferiam   então na guerra civil de Portugal, tratando com a mesma egualdade os   navios do governo e da Junta do Porto, que aliás todos uzavam da mesma   bandeira da nação e reconheciam a rainha. Devemos notar, que além   d'isso, o conde do Bomfim lembrou ao capitão Dike, que a generosa   e hospitaleira nação britannica jamais deixou de se prestar, com  grande  gloria do seu pavilhão, a dar abrigo ao infortúnio em casos  politicos,  do que lhe apresentou exemplos bem publicos, taes foram: que  o capitão  Canning da corveta Aligator o recebeu a elle mesmo  conde do  Bomfim a seu bordo, e a sessenta e tantos refugiados para os  salvar da  furia de seus inimigos, e isto no meio de uma esquadra que  fazia  violentas reclamações nas aguas da ilha da Madeira em 1828,  quando o  conde do Bomfim se acolhera áquella bandeira por estarem  acabados todos  os meios de defeza da ilha em nome da Rainha e da Carta  Constitucional,  como o narramos. Que outro tanto aconteceu em Hespanha  em 1842 quando  uma nau ingleza salvou em Cadix a Espartero, duque da  Victoria e o  levou para Inglaterra quando  aquelle illustre general foi derribado da regencia de Hespanha em   consequencia de uma revolução geral naquelle reino. Que por occasião de   uma revolução em Galiza em 1846 havendo-se o brigue de guerra hespanhol   Nervion declarado por ella, e vendo depois, que havia sido   suffocada, dirigiu-se para Gibraltar, e apesar das reclamações do   governo de Madrid, o governador de Gibraltar entregou o brigue, mas   conservou, como refugiados, o commandante e mais pessoas que nelle iam   entregandolhes as suas bagagens. Que em summa, não ha exemplo de   Inglaterra haver negado protecção ou entregado refugiado algum, que por   motivos politicos estivesse ao abrigo da sua bandeira.
Apesar das energicas "reclamações e protestos do conde do Bomfim, ao capitão Dike em   nome do paiz, no seu proprio, assim como no dos seus companheiros de   infortunio, victimas da prepotencia daquelle commandante de um navio de   guerra britannico, que não só manchou a gloriosa bandeira da sua nação,   mas tambem indignou a briosa corporação a que pertencia, levando o  conde  do Bomfim e seus companheiros para Loanda a bordo do brigue do  seu  commando, havendo-os obrigado a passar para o seu navio só com o  fato  que tinham no corpo, sem lhes consentir que levassem cousa alguma  das  suas bagagens e do que tinham a bordo da escuna Conselho, que  o capitão Dike fizera occupar pela guarnição que lhe approuve, ficando a   bordo da dita escuna, como sabemos, alem das bagagens e de um rico e   abundante rancho com que se haviam preparado para seguirem viagem para a   ilha de Santa Helena, uma consideravel somma de dinheiro que o conde  do  Bomfim já antes da sua sabida de Portugal, á custa de muitos   sacrifícios seus, de sua familia e amigos, bem como depois alguns   negociantes em Angola haviam reunido de antemão .para se habilitarem   assim a fazer face ás despezas que se tornassem indispensaveis para   poderem salvar-se d'Afrioa: — donde com effeito se teriam salvo a não   ter sido aquelle inqualificavel e atroz  procedimento do capitão de um navio de guerra  inglez, — procedimento em  fim que, segundo somos informados, acabou de  completar a ruina dá  fortuna do conde do Bomfim, sua familia, e outras  daquellas victimas do  referido attentado, pois que, chegados a Loanda no  dia ,30 de maio, só com o fato que tinham no corpo, foram de novo entregues ao governador geral de Angola, o qual mandou o conde do Bomfim outra vez para bordo da corveta Relampago, seu   filho segundo para outro navio, e o filho primogenito novamente para a   mortifera cidade de Benguella; e tendo acabado de ancorar no porto de   Loanda a escuna Conselho, a bordo da qual dissemos tinha ficado   tudo que lhes pertencia, o conde do Bomfim reclamou immediatamente a  sua  bagagem, mas unicamente lhe foi entregue a Cama e as suas mallas arrombadas com alguma roupa dentro, Perdendo-se Tudo o Mais. 
Depois  de mil difficuldades, o conde do Bomfim, que  ficou incommunicavel,  pode fazer chegai' ao conhecimento do honrado  almirante Sir Charles  Hotham, commandante em chefe da marinha britannica  naquejles mares, um  detalhado relatório a respeito do atroz  procedimento do para sempre  famoso capitão Dike, pedindo-lhe que  se interessasse com o seu  governo a favor de victimas entregues á  discrição dos seus inimigos  politicos, depois de haverem estado (bem que muito contra sua vontade!) debaixo  da bandeira britannica. O brioso almirante inglez, apenas recebeu  aquella notír cia na ilha de Santa Helena, mandou a Loanda a fragata Acteon, do   commando do distincto capitão Mansel, para communicar ao governador   geral de Angola e ao conde do Bomlim, que tinha já mandado prezo para   Inglaterra o capitão Dike para responder pelos seus   procedimentos; e para outro-sim fazer constar ao governador geral de   Angola e ao conde do Bomfim, que elle almirante intendia que o conde do   Bomfim e seus companheiros tinham direito á protecção da bandeira   britannica, e que embora não reolamasse desde   logo a sua entrega, esperava ordens nesse sentido, e portanto contava   tambem que o governador geral de Angola se absteria de tomar qualquer   medida que pudesse ser contraria ao bem-estar ou á consideração devida   ao conde do Bomfim e seus companheiros.
Emfim,  estamos informados  de que o cavalheirismo, generosidade e philantropia  daquelle distincto  almirante chegou a tal ponto, que mandou offerecer  ao conde do Bomfim  pelo capitão Mansel, o seu dinheiro e quaesquer  objectos que precisasse,  juntando o referido capitão honrada e  briosamente analogos  offerecimentos da sua parte até onde elle pudesse:  ao que o conde do  Bomfim agradecendo cheio de reconhecimento, sabemos  que respondeu com a  nobreza e independencia que lhe é natural, que  acceitava a offerta da  sua protecção em que muito confiava, mas que não  podia acceitar as  outras suas offertas, que aliás agradecia tanto como  se acceitasse,  porque seria offender a generosidade com que os  principaes habitantes de  Loanda — especialmente o seu generoso amigo  Francisco Barbosa  Rodrigues, presidente da camara municipal — lhe  proporcionava tudo que  necessitava, e a seus dois filhos mais velhos;  alem de que, tanto o  benemerito commandante da estação naval  portugue/a, o capitão de mar e  guerra Cardoso (actual inspector do  Arsenal da Marinha de Lisboa), como o  capitão de fragata João de  Rodovalho, commandante da corveta Relampago, e bem assim o capitão tenente Escrivanis, que succedeu ao capitão de fragata João de Rodovalho no commando da corveta Relampago, e o capi'tão tenente Freire, commandante da charrua Príncipe Real, e   em geral toda a officialidade da marinha portugueza que se achava   naquella estação naval, faziam tudo que estava ao seu alcance para lhes   suavisar a penosa situação em que se achavam, mostrando-lhes a sua   sympathia.
Aproveitando pois o conde do Bomfim a promettida protecção, pediu que seus dois filhos mais velhos fossem mandados   para ao pé de si, e que os seus outros companheiros, que estavam  presos  no porão da Charrua a bordo da qual o conde do Bomfim estava  preso e  incommunicavel, gosassem ao menos de tanta liberdade como a que  elle  tinha, pois que se elles eram criminosos por se terem querido  libertar,  elle conde do Bomfim era o principal.
Reclamou  outro-sim que a -respeito dos prisioneiros  que se achavam em  differentes pontos houvesse com elles ao menos  analogas medidas,  especialmente a respeito daquelles que o governador  geral de Angola  tinha mandado deportar para o sertão.
Com  effeito o capitão Mansel foi immediatamente  reclamar do governador  geral de Angola no referido sentido, e  effectivamente foram dadas as  ordens exigidas em nome do almirante  britannico.
Que reclamações violentas e pesadas indemnisações não pagariamos nós á Inglaterra (sempre prompta a exigirnol-as), se mutatis mutandis, estes   procedimentos tivessem sido feitos por um official da marinha   Portugueza a quaesquer subditos inglezes por insignificante que fosse a   sua posição na sociedade!
A fragata Acteon conservou-se   fundeada no porto de Loanda (para observar se as ordens eram  cumpridas)  até que no dia 23 de agosto de 1847 alli chegou a fragata a  vapor  ingleza Terrible do commando do distincto e cavalheiro  capitão  Ramsey, que foi buscar o conde do Bomfim e seus companheiros,  que tão  atrozmente haviam sido deportados para Angola, sendo aquelle  magnifico e  grande navio, — então talvez o melhor de Inglaterra—,  mandado  expressamente a Loanda para aquelle fim em virtude de debate e  do desejo  do parlamento britannico, e das ordens do governo Inglez  querendo que  em consequencia do Protocolo de 21 de maio de 1847 pelo  qual a França,  Hespanha e Inglaterra, pela força d'armas puzeram termo á  guerra civil  em Portugal derribando a Junta do Porto; fossem  reintegrados nos postos,  honras e condecorações, de que haviam sido  deraitticlos por um decreto por se  terem declarado a favor da causa  popular ou contra-revolução de 9 de  outubro de 1846 no Porto, contra o  golpe de estado e reacção em Lisboa  na noite de 6 de outubro do mesmo  anno.
Saiu de Loanda o conde do Bomfim no dia 8 de setembro de 1847, e chegou a Lisboa a 9 de outubro desse aono.
IX Desde a Regeneração proclamando a Carta Reformada em abril de I SI» l até á presente época (Junho de l SOO.) Desde que o conde do Bomfim, depois da amnistia de 1847, chegou a Lisboa a 9 de outubro desse anno, voltando do degredo injusto que soffreu em Angola, nunca mais tornou a ser empregado, até que só em 21 de dezembro de 1852 depois da RegeneraÇÃo em   abril de 1851 sendo ministro da guerra o nobre marechal duque de   Saldanha, foi nomeado membro do Supremo Tribunal de Justiça Militar,   logar que não devia ter sido privado de exercer desde que o Protocolo de   maio de 1847 restituiu todos os funccionarios do estado aos seus   cargos, como os foram exercer os juizes dos outros tribanaes depois que   se publicou a amnistia de 1847; e tanto mais isto é assim relativamente   ao caso do conde do Bomfim, quanto é certo que depois que voltou em   junho de 1846 a Portugal da emigração pelos successos de Torres Novas e   Almeida em 1844, foi logo occupar o seu logar no Supremo Tribunal de   Justiça Militar havendo-se publicado uma amnistia em 1846 como a que se publicou   em 1847, pois que era membro do referido Tribunal, e os seus membros   segundo a Carta Constitucional não podem ser demittidos, porque são juizes, e os juizes são inamoviveis;'a lei é egual para todos, e os militares não podem portanto ser julgados por juizes de commissãol
O  conde do Bomfim, desde  que chegou de Angola, até agora tem-se occupado  em pugnar com a maior  energia constantemente na camara dos pares sobre  muitos objectos de  interesse publico, appresentando importantissimos  projectos de lei para a  organisação das tropas no ultramar, e da  armada, exigindo a egualdade  da applicação da lei a todos os  Portuguezes de todos os partidos,  pedindo a aprovação do contracto do  caminho de ferro para a sua  provincia (Alémtejo), exigindo o  cumprimento da amnistia de 1847, e  tratando com argumentos  irrespondiveis e a maior mestria de obter na  camara que se fizesse  finalmente justiça aos direitos não só dos  officiaes progressistas mas  tambem dos officiaes da maioria do exercito  que ficaram prejudicados e  offendidos em consequencia de haverem sido  promovidos os que entraram  na revolução pela qual fora proclamada a RegeneraÇÃo de   abril de 185Í; vindo este procedimento a tornar-se um castigo para   àquelles que se conservaram lieis ao governo legitimo e que   consequentemente não entraram na referida revolução; querendo o conde do   Bomfim que se fizesse justiça para todos (segundo a mesma Carta   Constitucional) e apresentando como poderoso argumento a lei que   anteriormente restituiu as suas antiguidades e direitos os officiaes que   se tinham compromettido na revolução cartista em que entraram e que fora aniquillada em 1837.
Chegou o zelo e firmeza do conde do Bomfim  sobre  esta questão, a ponto que na commissão de guerra da camara dos  pares,  composta de grandes notabilidades do exercito foi elle o ttnico que   sustentou triumphantemente, e por modo irrespondivel, os direitos da   officialidade, offendidos pôr quaesquer movimentos politicos, embora o   projecto de lei, que na camara dos Deputados havia passado quasi com   unanimidade, quando foi para a dos Pares fosse regeitado n'aquella   occasíão.
Não  obstante porém ser o conde do Bomfim, como  mostrámos, o tenente  general mais antigo dó exercito, estar coberto de  honrosas cicatrizes,  ter feito distinctos serviços, baver começado a sua  carreira militar  desde o principio da guerra Peninsular, servindo no  estado maior do  invicto duque de Wellington a cujas ordens esteve nas  memoraveis  batalbas da Roliça e Vimeiro, e depois durante o resto da  campanha no  quartel generel do marechal Beresford, assistindo como seu  ajudante  general na gloriosa batalha de Salamanca, entrando durante  aquella  guerra em 9 batalhas, 45 acções de primeira ordem, 6 sitios, 5  assaltos  e muitos combates, escaramuças, etc. sendo o unico general  portuguez  que existe, além do illustre marechal duque de Saldanha,  condecorado  por S. M. F. com a cruz de ouro por 6 campanhas da guerra  Peninsular, e  condecorado por S. M. B. com medalha de distincção por  commando na  mesma guerra; e sobre tudo ter tido depois a honra de haver  sido  ajudante general e chefe do estado maior imperial do immortal   Libertador durante as gloriosas campanhas do Porto e Lisboa, servindo ao   lado de S. M. I. até á sua fatal perda; haver sido por differentes   vezes ministro da rainha a senhora D. Maria n, presidente do conselho, e   lhe ter feito importantes serviços e á nação no gabinete, no   parlamento, c no campo, como deputado, como par do reino e como general:   é para sentir termos de dizer que observámos, com magoa, que ainda   depois de quanto acabamos de referir, foi esquecido o conde do Bomfim,   já pobre e endividado, e tendo apenas a mais pequena e insignificante   gratificação das que vencem os generaes do exercito quando servem como   membros do Supremo Conselho de Justiça Militar; e se deu injustamente o   commando em chefe do exercito com a sua pingue gratificação de   quatrocentos mil réis mensaes ao tenente general conde da Ponte de Santa   Maria, que era major quando o conde do Bomfim era general e chefe do estado maior do Imperador, sendo pois o conde da Ponte de Santa Maria mais moderno  do que o conde do Bomflm, embora aquelle general seja muito honrado e   digno de toda a consideração pela sua bravura e outras circumstancias,   mas que ninguem deve dizer que tem serviços tão extraordinarios como os   do illustre e bravo general conde do Bomfim, o qual tambem ninguem  dirá,  que não fosse merecedor de confiança, ou que não estivesse no  caso de  ser encarregado do referido commando, tanto mais que, 'com  satisfação,  vemos agora que se lhe começa a fazer justiça — e, mais vale tarde do que nunca. —   pois que ainda ha pouco o joven e justo monarcha que felizmente nos   rege, houve por bem dirigir-lhe uma honrosa Carta Regia em 8 de março de   1860 enviando-lhe a Grã Cruz da Ordem de S. Bento de Aviz, para   lhe conferir um testimunho publico da sua real consideração e apreço  em  que tem os seus serviços; e sendo em seguida nomeado em 4 de junho  do  presente anno, commandante da setima divisão militar, sua provincia.
Concluiremos pois, que embora as parcialidades dos diversos partidos politicos, continuem a inculcar como vultos dos maiores serviços, etc., só os Homens De Que Mais GosTam («// riy a que nous et nos amies!») tambem nós continuamos a esperar que se continuará a fazer a justiça que pertence ao conde do Bomfim.
Ver tb aqui; https://books.google.pt/books?id=TMONAmot-qYC&pg=PA117&lpg=PA117&dq=deportados+mossamedes&source=bl&ots=WRqHDt6gyX&sig=ubHbFNl5uFTrWocTvVr65OHxuFw&hl=pt-PT&sa=X&ved=0CC4Q6AEwA2oVChMIqJPjzZCExgIVR7QUCh1cMwDv#v=onepage&q=deportados%20mossamedes&f=false
Ver tb aqui; https://books.google.pt/books?id=TMONAmot-qYC&pg=PA117&lpg=PA117&dq=deportados+mossamedes&source=bl&ots=WRqHDt6gyX&sig=ubHbFNl5uFTrWocTvVr65OHxuFw&hl=pt-PT&sa=X&ved=0CC4Q6AEwA2oVChMIqJPjzZCExgIVR7QUCh1cMwDv#v=onepage&q=deportados%20mossamedes&f=false
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